As malformações uterinas, ou anomalias congênitas, são resultantes do defeito ou fusão dos ductos de Müller durante o processo de desenvolvimento intrauterino. Ou seja, a mulher já nasce com a malformação no útero.
A grande maioria das anomalias não impede a concepção e a implantação embrionária, porém está relacionada a abortos de repetição, partos prematuros, restrição de crescimento fetal e dificuldades no trabalho de parto.
As malformações uterinas podem ter várias causas, desde fatores genéticos até fatores externos como agentes teratogênicos (qualquer substância, agente físico ou estado de deficiência, que estando presente durante a vida embrionária, produz malformação).
Anomalias urinárias estão presentes em 20 a 30% das mulheres com malformações uterinas. Consequentemente, uma vez estabelecido o diagnóstico de malformação uterina, a investigação do trato urinário é recomendada.
As mulheres portadoras de malformações uterinas são, na maioria das vezes, assintomáticas e descobrem determinada anomalia através do acompanhamento anual ginecológico, quando estão com dificuldades para engravidar ou através da investigação de um aborto.
As principais malformações uterinas são: útero didelfo, bicorno, unicorno e septado.
O útero didelfo, ou duplo, é formado por dois úteros, conectados a uma mesma vagina ou vaginas diferentes, cada um com sua trompa, ovário e colo uterino.
O útero bicorno é uma anomalia da morfologia do útero, sendo uma das alterações uterinas mais comuns. Quando ocorre a malformação, o útero desenvolve uma membrana que separa a cavidade uterina em duas. Essa divisão pode ser parcial ou total.
Devido à falta de espaço para o desenvolvimento de um bebê, existe o risco de sangramentos durante a gravidez, abortos espontâneos e partos prematuros.
O útero unicorno possui seu tamanho reduzido, sendo metade das dimensões normais, sendo uma anomalia rara, com apenas uma tuba uterina ligando o útero a um ovário.
O útero septado é uma malformação onde existe a divisão da cavidade uterina e o útero é dividido em duas partes.
A correção do septo uterino pode ser feita através de histeroscopia cirúrgica.
O exame ginecológico é o primeira passo para o diagnóstico de uma malformação uterina, sendo realizado através de:
Muitas vezes, as malformações uterinas são assintomáticas e, por isso, são percebidas somente após a paciente enfrentar perdas gestacionais. Porém, em alguns casos, elas podem se manifestar através dos seguintes sintomas:
O tratamento indicado para cada mulher varia de acordo com o tipo de malformação, o grau de comprometimento do útero e se ela deseja ou não ter filhos. Por isso, é de extrema importância que o caso seja avaliado por um especialista.
Apesar de nem sempre eficaz, o tratamento para restauração das anomalias uterinas é cirúrgico, visando a correção do órgão e preservação da fertilidade. Já nos casos mais leves, é possível ser realizada histeroscopia cirúrgica.
Mulheres com dificuldade para engravidar, que possuem malformações uterinas sem a possibilidade de correção, podem realizar um tratamento de reprodução assistida com o Útero de Substituição.